Francis Barrett
Francis Barrett (c.1765 – 1825?)
que nasceu por volta de 1765 e viveu até 1825 segundo registro é o herdeiro de uma vasta tradição ocultista europeia.
Conforme seu biógrafo, Francis King, os pais de Barrett eram de origem humilde, e se casaram na paróquia de St. Martin´s in the Fields, no dia 29 de setembro, 1772.
Foi um estudioso da química, metafísica, filosofia natural e oculta e sua importância é o de ser a ponte entre o legado anterior da feitiçaria ocidental e o renascimento mágico do século XIX. Sua base foram as tradições orais vindas do oriente e as obras e manuscritos de homens como Abade Tritemo e Cornelio Agripa.
Sabe-se muito pouco da vida de Barrett, mas existem provas de que ainda jovem formou um seleto grupo de discípulos ou aprendizes de magos em Londres (Inglaterra) para estudar, ampliar e preservar esta tradição. Entre os membros do grupo se encontrava Sir Edward Bulwer-Lytton (1803-1873) conhecido escritor e autor da novela Zanoni, talvez ainda o maior romance ocultista que tem como pano de fundo os princípios da Ordem Rosa-cruz e tratando metaforicamente da evolução da alma.
Esta sociedade mágica não era uma sociedade secreta, mas segundo o próprio Barrett, uma “sociedade seleta e discreta”. Fora a menção deste grupo no legado de Francis Barret, existem documentos conservados até hoje sobre as atividades e natureza dos encontros. Summers, um pitoresco clérigo e ocultista nos tempos livres, relata que Barrett fundara uma “pequena confraria de estudiosos destes profundos mistérios”, complementando que “esta não estaria restrita apenas a Londres” e continua, afirmando que: “Alguns avançaram no caminho, e pelo menos um deles era um homem de Cambridge. A tradição de Barrett se manteve em Cambridge, embora de maneira muito reservada, transmitindo seus ensinamentos a discípulos promissores.”
Contudo, Barrett é conhecido, não por sua escola ocultista, mas por seu famoso livro, Magus. Um compêndio de dois volumes que prometia encapsular um completo sistema de filosofia oculta e conhecimento mágico. Publicado em Londres em 1801, consiste de uma seleção, organização, desenvolvimento e comentários dos quatro livros de filosofia oculta de Cornelius Agrippa e das traduções de Robert Turner do Heptameron datada de 1655. Barrett fez algumas correções, atualizou a teoria e modernizou a sintaxe e vocabulário das invocações, trazendo para o seu século o conhecimento ocultista das gerações anteriores, exatamente como faria Eliphas Levi, Aleister Crowley e Peter Carroll posteriormente.
Magus lidava com invocações, magnetismo, talismãs, alquimia, numerologia, cabala, demonologia, angeologia, magia elemental, a propriedade das pedras e ervas e trazia também as biografias de famosos adeptos dos séculos anteriores. Além disso, Magus serviu também como uma ferramenta de propaganda para Barrett. Nele, o ocultista despertou o interesse dos londrinos pela magia e conhecimentos ocultos e consequentemente em seu círculo de estudos.
O livro ganhou popularidade local quase instantânea, mas Francis e sua obra só se tornaram referências do ocultismo quando ganhou uma segunda edição em 1875 e foi promovido por Eliphas Levi. É ainda hoje uma obra importante na coleção dos estudiosos e sua influência continua sendo enorme no meio ocultista até os dias de hoje.
A morte de Barrett, segundo Sir Edward Bulwer Lytton, é datada em 1825. Após seu falecimento o grupo que formou começou a perder força até que acabou por extinguir-se, mas sua obra teve um importante papel no renascimento mágico que aconteceu na Europa durante as primeiras décadas do século XIX.
(fonte: https://wiki.deldebbio.com.br/index.php?title=Francis_Barret)
Livros publicados
Magus
Tive o imenso prazer de publicar Magus pela primeira vez em 1994, na Editora Mercuryo, numa tradução fac-símile do original em inglês, publicado pela Lackington, Allen, Londres, em 1801. Esta é uma nova versão, com design arrojado, do mesmo texto. O prazer de mergulhar neste rico conteúdo, traduzindo, pesquisando e colocando notas de rodapé, para […]